terça-feira, janeiro 24, 2006

O aquecimento Global e... o meu


Será que daqui a uns anos algum avô vai contar aos seus netos: "há muitos anos atrás existiam grandes grupos de pessoas, formadas em meteorologia. Estudavam para conseguir prever o tempo, e só o conseguiam para os dias mais próximos... e com risco de falharem! Agora, a Humanidade decide quando vai chover e a que horas raia o sol..."
Na minha imaginação, o avô suspiraria no fim, com uma certa saudade dos tempos em que ainda havia a incerteza. Porque a incerteza não é tão má como a querem fazer parecer. A incerteza está intimamente ligada à surpresa. E as melhoras histórias são aquelas que são surpreendentes.
E não é de histórias que se faz uma vida? As experiências não são nossas se não as Vivermos. E Viver uma experiência não é simplesmente marcar presença, é saber o que ela significou.
Acontece pedirem-me para escrever sobre algo e não me sair nada. Tenho que encontrar uma boa frase para começar e depois apanhar o "balanço" e desenvolver. Ou então, rabisco algo e depois vou acrescentando ideias antes e depois, e até mesmo modificando o rascunho inicial.
Mas quando começo a escrever, supostamente sobre "nada", e me entrego totalmente ao intelecto, as ideias fluem com uma rapidez que não consigo escrevê-las todas e sei que muitas já ficaram pelo caminho enquanto perco o tempo necessário para escrever estas que aqui ficam.
Com a cabeça a funcionar a "todo o vapor" surgem argumentos e logo de seguida um contra-argumento que invalida os antecedentes, chegando assim, depois de uma discussão comigo mesma, à minha opinião sobre algo. A qual se mantém até que apareça alguém ou algo com um argumento que destrua o meu melhor.
À medida que as certezas vão chegando eu vou envelhecendo. O espaço para sonhar diminui e o mundo começa a ser demasiado real.

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