Se tivesse que dizer qual a minha paixão, diria que é... perder-me.
Por aí, por ali... e acolá despertar subitamente e perceber que tenho de virar à direita. Não que seja de direita (de esquerda não serei certamente) mas, algures no meio de me perder e encontrar o caminho, há um momento só meu, onde saboreio a liberdade de existir sem que saibam que por aqui ando, quem sou e o que já fiz.
Não é então tanto o perder-me que me apaixona, como o que encontro enquanto me perco.
Tantas vezes guiei o carro sem saber por onde ir, apenas tendo em mente a noção de que o rio estava naquela direcção ou o mar e a serra da minha vila solarenga eram marcos para o nascer e o pôr-do-sol. Aprendi também (em terras do Amor) a meter um selim debaixo do rabo e perder-me no equilíbrio de duas rodas. Agora, mais para Norte (que sempre me disseram era para qualquer deambulador - "O que é isto?" "Então!, uma palavra nova..." "Pois, bem me pareceu..." -, ponto assente na bússola), a conquista ("Se calhar é um termo um bocado medieval, não?!" "SE calhar É... não é?!?... Quer dizer, não andamos praqui a Con-quis-tar!...") escreve-se em letras minúsculas, tímidas, envergonhadas por tanto poderem dizer e tão pouco espaço ocuparem.
Aqui fora, um luar inexplicável debruçou-se sobre as águas do canal, mansas, numa noite absolutamente inesperada em Copenhaga.
Ao voltar para casa, desviei-me do grupo (tinha mesmo de fazer aquilo... para ti, por nós). E quando o relógio marcou a hora certa, cá estava eu, e tu (desse lado),
como nunca,
como sempre.
1 comentário:
monga! faltam 30 minutos.. nao tenho nada fixe pra fazer.. decidi vir deixar um beijinho com carinho :P
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