segunda-feira, junho 30, 2008

The Space Between - When It Falls (Zero 7)

Já o sentia à distância... Conheço aqueles passos interrogativos melhor que os meus.
Respirou ofegante por cima do meu ombro e, numa expiração, senti-lhe o hálito a álcool etílico puro.
Virei-me, a medo, e vi o pino de segurança da granada entre os seus dentes. E ele, de braços abertos, como se se entregasse, qual mártir, a uma causa cuja solução não era esta.
Conversar com uma granada pronta a rebentar na mão de alguém alcoolicamente alterado nunca foram boas condições para um diálogo.
Encostada à parede, digo a verdade (sempre me ensinaram que "quem diz a verdade, não merece castigo").
Aprendo que é tudo uma grande mentira.
A maior parte das pessoas que exige a verdade, não está pronta para tê-la. Quer saber porque se sente perdido... mas quando tem a informação na mão, não sabe o que fazer com ela e acaba por dar um passo atrás em vez de o passo em frente.
Quem se enche de coragem e diz a verdade é que acaba por ser recriminada, mesmo que a verdade dita não fosse o mais importante mas sim o facto de ter dito a verdade.

Ele larga a granada.

sábado, junho 21, 2008

O Céu É Maior


Esquadros

Dizem as lendas (ou então as pessoas com quem partilhei os últimos tempos) que

tudo o que é de Bologna, de Bologna não poderá sair.


Tentámos levar um pouco daqui e as forças da cidade detiveram-nos... Sorrimos ainda que meio tristes, porque aprendemos a harmonizarmo-nos com estes ventos da melhor maneira possível. Conseguir o equilibrio é fácil quanto mais prontos para cair estivermos.
A minha menina dos olhos azuis já se foi, assim como a das pernas de algodão. Só fiquei eu e este calor asfixiante.
E com o tempo a sorrir com os seus grandes dentes, despeço-me sem me ir embora. Baixo a guarda… Mas tenho que ter a força para erguer de novo a armadura. Há medo. Medo de... não ter lugar.
Debaixo das arcadas dou os últimos passos desta viagem... escrevo no telemóvel tudo isto porque me têm faltado as palavras parada.
Agora, já sentada debaixo desta árvore, enquanto espero por qualquer coisa, observo o irreal disto tudo. Como estão todos aqui e aqui não há nada. Só vão permanecer fotos que vão envelhecer connosco, e de sépia perderão a cor até ao preto e branco.
Ainda tenho a queimadura do teu cigarro de quando te aproximaste demasiado de mim.
Encontro-me entre espirais infinitas em defesa do Holismo e metamorfoses disléxicas. E... mesmo assim...

Às vezes sabe bem um cliché.


Feelin' the Same Way

Adeus Bologna.

quinta-feira, junho 12, 2008

"Toma lá, que já almoçaste"


Joss Stone - Son of a Preacher Man