Num seis de saber, sabor a Novembro.
Houve um Verão em que acordava durante a madrugada com pedrinhas a bater na janela. Lá em baixo, a felicidade não aguentava por horas apropriadas. Não há relógio que contabilize o pulsar da paixão.
Numa noite inesperada, depois de alguns jarros, as conversas começaram a desenrolar-se por assuntos proibidos e discutidos com comentários eticamente incorrectos. A única saída airosa para o fim da conversa seria, exactamente, a praia que se encontrava mesmo à porta do bar. A praia onde o vento sempre foi um leve sopro para os enamorados e onde as estrelas tinham o poder especial de ofuscar qualquer dúvida.
O pouco equilíbrio e os espíritos alegres contribuíam para abraços e, de repente, ele aproveita um abraço para rebolar com ela duna abaixo. Quando as leis físicas permitiram a paragem, eles continuaram abraçados. Ela, incomodada com a areia em todos o sítios possíveis e imagináveis, não se mostrou muito romântica (quantas vezes teria que lhe ser lembrada a diferença entre o aceitável e o exagero das suas atitudes). Porém, ele já a conhecia e sabia que a tinha.
Naquele instante, a centímetros da sua cara, pareceu-lhe que a olhava há horas, que a conhecia há uma vida... e parecia que ela iria escapar-se-lhe por entre os dedos num instante. Num rompante, disse-lhe apenas uma palavra.
As lágrimas espreitavam e ele sentia-se envergonhado por achar humilhante, talvez, o seu discurso, ou precipitado; mas principalmente, as suas lágrimas.
A verdade é que ela não era tão intocável como se dizia, e para sempre sentiria um toque no coração quando se lembrasse daquele momento.
O rebolar na praia com uma confissão tornar-se-ia uma das recordações a que ela recorreria sempre que o misto de incertezas, misturadas com convicções de querer ficar com ele, a atormentavam.
Sem nada de extraordinário e, mesmo assim, especial, tantas vezes se deitariam na cama, debaixo de muitas mantas e um fofo edredon, a dar risadinhas e fazer comentários. Partilhando ideias e dando espaço para se conhecerem e reconhecerem... e depois.... um adormecia no meio da história do outro. O outro, quando se apercebia, calava-se, sorria, aconchegando-se para dormir também.
“Agora este pensamento meu, também é teu... assim como o resto de mim.”, foram as últimas palavras ditas.
Um dia ainda hei-de reescrever esta história.
Houve um Verão em que acordava durante a madrugada com pedrinhas a bater na janela. Lá em baixo, a felicidade não aguentava por horas apropriadas. Não há relógio que contabilize o pulsar da paixão.
Numa noite inesperada, depois de alguns jarros, as conversas começaram a desenrolar-se por assuntos proibidos e discutidos com comentários eticamente incorrectos. A única saída airosa para o fim da conversa seria, exactamente, a praia que se encontrava mesmo à porta do bar. A praia onde o vento sempre foi um leve sopro para os enamorados e onde as estrelas tinham o poder especial de ofuscar qualquer dúvida.
O pouco equilíbrio e os espíritos alegres contribuíam para abraços e, de repente, ele aproveita um abraço para rebolar com ela duna abaixo. Quando as leis físicas permitiram a paragem, eles continuaram abraçados. Ela, incomodada com a areia em todos o sítios possíveis e imagináveis, não se mostrou muito romântica (quantas vezes teria que lhe ser lembrada a diferença entre o aceitável e o exagero das suas atitudes). Porém, ele já a conhecia e sabia que a tinha.
Naquele instante, a centímetros da sua cara, pareceu-lhe que a olhava há horas, que a conhecia há uma vida... e parecia que ela iria escapar-se-lhe por entre os dedos num instante. Num rompante, disse-lhe apenas uma palavra.
As lágrimas espreitavam e ele sentia-se envergonhado por achar humilhante, talvez, o seu discurso, ou precipitado; mas principalmente, as suas lágrimas.
A verdade é que ela não era tão intocável como se dizia, e para sempre sentiria um toque no coração quando se lembrasse daquele momento.
O rebolar na praia com uma confissão tornar-se-ia uma das recordações a que ela recorreria sempre que o misto de incertezas, misturadas com convicções de querer ficar com ele, a atormentavam.
Sem nada de extraordinário e, mesmo assim, especial, tantas vezes se deitariam na cama, debaixo de muitas mantas e um fofo edredon, a dar risadinhas e fazer comentários. Partilhando ideias e dando espaço para se conhecerem e reconhecerem... e depois.... um adormecia no meio da história do outro. O outro, quando se apercebia, calava-se, sorria, aconchegando-se para dormir também.
“Agora este pensamento meu, também é teu... assim como o resto de mim.”, foram as últimas palavras ditas.
Um dia ainda hei-de reescrever esta história.