Não gosto de falta de determinação.
Deambulando por qualquer pensamento que surja, qualquer experiência que se dê e qualquer emoção que irrompa e desperte a vontade de gravar o momento para que o tempo não o consuma.
sexta-feira, fevereiro 09, 2007
quarta-feira, fevereiro 07, 2007
Tempo de Mudar, Tempo de Esquecer
Quando erramos e, mais ou menos desesperadamente tentamos agarrar o que nos escapa por entre os dedos, dizemos de tudo um pouco... mas mais daquilo que se quer ouvir: Mudei.
Mas... se houve mudança... bem, terá sempre que haver um período de desconfiança e, se tudo correr bem, seguir-lhe-à um de reconquista. Mas se se chega ao ponto de dizer: mudei, já não sou quem era, quem conheceste... Então... já não te conheço! Então, és um estranho. Então... se nada mais há de comum com o passado, nada mais há que me una a ti.
Conversas pseudo-profundas com objectivos completamente opostos, contradições...
Se esquecer, é porque não me faz falta. Se quiser, volto a aprender.
"Repercutir-se na vossa simpatia? Nem Jesus, nos seus mais aureos dias, se envolvia de uma aura de afecto e simpatia comparáveis com a emanada na vossa presença.. Poderás pensar em exagero, num estado de alma exacerbado mas a verdade é que a vossa simples companhia traz luz, brilho, perfume, encanto às nossas humildes vidas... E cabe-te a ti, enquanto pessoa dotada de atributos excepcionais e de um carácter inequivocamente distinto, pesar as consequências pesarosas inerentes à tua ausência... Choro, lamento e rogo para que venham..."
Se eu não tivesse um cérebro, talvez...
Mas... se houve mudança... bem, terá sempre que haver um período de desconfiança e, se tudo correr bem, seguir-lhe-à um de reconquista. Mas se se chega ao ponto de dizer: mudei, já não sou quem era, quem conheceste... Então... já não te conheço! Então, és um estranho. Então... se nada mais há de comum com o passado, nada mais há que me una a ti.
Conversas pseudo-profundas com objectivos completamente opostos, contradições...
Se esquecer, é porque não me faz falta. Se quiser, volto a aprender.
"Repercutir-se na vossa simpatia? Nem Jesus, nos seus mais aureos dias, se envolvia de uma aura de afecto e simpatia comparáveis com a emanada na vossa presença.. Poderás pensar em exagero, num estado de alma exacerbado mas a verdade é que a vossa simples companhia traz luz, brilho, perfume, encanto às nossas humildes vidas... E cabe-te a ti, enquanto pessoa dotada de atributos excepcionais e de um carácter inequivocamente distinto, pesar as consequências pesarosas inerentes à tua ausência... Choro, lamento e rogo para que venham..."
Se eu não tivesse um cérebro, talvez...
terça-feira, fevereiro 06, 2007
N.Y., Friday, 9 p.m.
A cama estava atolada de roupa. Vestidos, blusas reduzidas, saias... lingerie a espreitar pela gaveta, sapatos em pé e deitados no chão. Tudo de linhas delicadas e saltos bem finos e pontiagudos.
A casa-de-banho estava uma confusão. Era impossível pousar um alfinete na bancada. Tudo cheio de coisas necessárias. Mas, e daí... talvez coisas que ela nunca usou.
Imagino que tenha pegado na minúscula mala e saído porta fora ainda meio cambaleante, a tentar encaixar as sandálias à medida que andava, com uma perna para cima e outra a apoiar todo o corpo. O cabelo ía solto e, ao pisar a calçada, esvoaçou enquanto ela olhava para a rua que iria seguir.
Ía de vermelho, a femme fatale que, no entanto, nem se apercebia que o era.
Ao andar, num passo rápido, ainda a passar as mãos pelo cabelo, a ajeitar a alça do vestido vermelho, a ver se tinha posto tudo na mala, ía com a sua atenção no que faltava e, quando chegou ao fim da rua, lá levantou a cabeça rapidamente para ver onde era a continuação do seu percurso. Mas nem quando olhou para a rua nestes segundos se apercebeu que toda a rua a olhava, ainda continha a inspiração do perfume que ela deixou ao passar e guardava em segredo colectivo o desejo feminino de ser como ela ou, masculino, de a possuir.
A casa-de-banho estava uma confusão. Era impossível pousar um alfinete na bancada. Tudo cheio de coisas necessárias. Mas, e daí... talvez coisas que ela nunca usou.
Imagino que tenha pegado na minúscula mala e saído porta fora ainda meio cambaleante, a tentar encaixar as sandálias à medida que andava, com uma perna para cima e outra a apoiar todo o corpo. O cabelo ía solto e, ao pisar a calçada, esvoaçou enquanto ela olhava para a rua que iria seguir.
Ía de vermelho, a femme fatale que, no entanto, nem se apercebia que o era.
Ao andar, num passo rápido, ainda a passar as mãos pelo cabelo, a ajeitar a alça do vestido vermelho, a ver se tinha posto tudo na mala, ía com a sua atenção no que faltava e, quando chegou ao fim da rua, lá levantou a cabeça rapidamente para ver onde era a continuação do seu percurso. Mas nem quando olhou para a rua nestes segundos se apercebeu que toda a rua a olhava, ainda continha a inspiração do perfume que ela deixou ao passar e guardava em segredo colectivo o desejo feminino de ser como ela ou, masculino, de a possuir.
Subscrever:
Mensagens (Atom)